Porto Alegre é um município brasileiro e a capital do estado mais meridional do Brasil, o Rio Grande do Sul. Pertence à mesorregião metropolitana de Porto Alegre e à microrregião de Porto Alegre.
Com uma área de quase 500 kms², possui uma geografia diversificada, com morros, baixadas e um grande lago, o Guaíba, distando 2027 quilómetros de Brasília, a capital nacional.
A cidade constituiu-se a partir da chegada de casais açorianos em meados do século XVIII.
No século XIX contou com o influxo de muitos imigrantes alemães e italianos, recebendo também espanhóis, africanos, polacos e libaneses.
Desenvolveu-se com rapidez, e hoje abriga mais de 1,4 milhão de habitantes. A cidade enfrenta muitos desafios, entre eles a grande população ainda vivendo em condições de pobreza e sub-habitação, um alto custo de vida,
deficiências sérias no tratamento de esgotos, muita poluição e degradação de ecossistemas originais, índices de crime elevados (embora indicando uma tendência de queda e crescentes problemas de trânsito.
Por outro lado, ostenta mais de 80 prémios e títulos que a distinguem como uma das melhores capitais brasileiras para morar, trabalhar, fazer negócios, estudar e se divertir.
Foi destacada em anos recentes também pela ONU como a Metrópole nº1 em qualidade de vida do Brasil por três vezes; como possuindo um dos 40 melhores modelos de gestão pública democrática pelo seu Orçamento Participativo, e por ter o melhor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) entre as metrópoles nacionais.
Dados do IBGE a apontaram em 2009 como a capital brasileira com a menor taxa de desemprego, a empresa de consultoria britânica Jones Lang LaSalle a inclui em 2004 entre as 24 cidades com maior potencial para atrair investimentos no mundo e figura na lista da Pricewaterhouse Coopers entre as cem cidades mais ricas do mundo.
Além disso Porto Alegre é uma das cidades mais arborizadas, e alfabetizadas do país, é um polo regional de atracção de migrantes em busca de melhores condições de vida, trabalho e estudo, e tem uma infraestrutura em vários aspectos superior à das demais capitais do Brasil.
Foi manchete internacional quando sediou as primeiras edições do Fórum Social Mundial e foi escolhida recentemente como uma das sedes da Copa do Mundo de 2014. Também tem uma cultura qualificada e diversificada, com intensa actividade em praticamente todas as áreas das artes, desportos e das ciências,
muitas vezes com projecção nacional, além de possuir ricas tradições folclóricas e um significativo património histórico em edificações centenárias e numerosos museus.
Porto Alegre teve diversos nomes: primeiramente, Porto do Viamão, depois Porto do Dorneles, em seguida Porto de São Francisco dos Casais, ou Porto dos Casais, e, ao ser criada a Freguesia, Nossa Senhora Madre de Deus de Porto Alegre.
Não se sabe ao certo como surgiu a expressão Porto Alegre na denominação da freguesia. Segundo o historiador Walter Spalding, Porto dos Casais passou a se denominar Porto Alegre por uma inspiração religiosa e patriótica portuguesa, escolhido por D. Frei António do Desterro, que assinou o ato de criação da freguesia.
Na época, a cidade de Porto Alegre, em Portugal, se notabilizara na luta de fronteira entre portugueses e espanhóis, e por isso seu nome teria sido lembrado. Há historiadores que afirmam, entretanto, que a origem do nome está na sua bela localização à margem do Guaíba e no encantamento dos morros que a cercam.
Localizada em uma região habitada pelo homem desde 11 mil anos atrás, Porto Alegre estabeleceu-se como cidade somente no século XVIII. Até então o território do Rio Grande do Sul ainda pertencia legalmente aos espanhóis, mas desde o século XVII os portugueses começaram a dirigir esforços para a
conquista, e foram progressivamente penetrando no território pelo nordeste, chegando através do Caminho dos Conventos, uma extensão da Estrada Real, à região da Vacaria dos Pinhais, e dali descendo para Viamão. A penetração foi realizada por bandeirantes que vinham em busca de escravos índios e por
tropeiros que caçavam os grandes rebanhos de gado bovino, mulas e cavalos que viviam livres no estado. Mais tarde os tropeiros passaram a se radicar no sul, transformando-se em estancieiros e solicitando a concessão de sesmarias. A primeira delas foi outorgada em 1732 a Manuel Gonçalves Ribeiro na Parada das Conchas, onde hoje é Viamão.
Outra via de penetração foi através do litoral, fundando-se em 1737 uma fortaleza onde hoje é Rio Grande, com o objectivo dar assistência à Colónia do Sacramento, no Uruguai.
Depois da assinatura do Tratado de Madrid (1750) o rei de Portugal determinou que fosse reunido um grupo de quatro mil casais dos Açores para povoar o sul, mas efectivamente foram transportados apenas cerca de mil casais, que se espalharam pelo litoral entre Osório e Rio Grande, e um pouco pelo interior.
Cerca de 500 pessoas se fixaram em 1752 à beira do lago Guaíba, no chamado Porto de Viamão, o primeiro nome da futura Porto Alegre. Os conflitos locais entre portugueses e espanhóis, porém, não foram contidos pelo Tratado. Rio Grande foi invadida por espanhóis em 1763, a população portuguesa fugiu e o governo da Capitania do Rio Grande de São Pedro se mudou às pressas para Viamão.
O Porto de Viamão foi elevado a freguesia, com o nome de Freguesia de São Francisco do Porto dos Casais, em 26 de março de 1772, hoje estabelecida como data oficial da fundação da cidade. Em vista da sua melhor situação geográfica e estratégica, em 25 de julho de 1773 o governador da Capitania, Marcelino de Figueiredo,
determinou a transferência da capital de Viamão para lá, quando a freguesia já tinha cerca de 1.500 habitantes.
Com a paz entre Portugal e Espanha conseguida no Tratado de Santo Ildefonso (1777), a posse da terra foi regularizada e se começou a organizar a administração.
Foi erguido o Palácio de Barro, primeira sede de governo, um cemitério, uma prisão, um pequeno teatro e a Igreja Matriz. Ruas foram calçadas, foi criado um serviço postal, o comércio começou a florescer, a actividade do porto se intensificou e a pequena urbe assumiu suas funções definitivamente como capital da Capitania, crescendo rápido. Em 1798 tinha três mil habitantes, e em 1814 já possuía 6 mil.
Na virada do século XX Porto Alegre passou a ser imaginada como o cartão de visitas do Rio Grande do Sul, ideia alinhada com os propósitos do Positivismo, corrente filosófica abraçada pelos governos estadual e municipal, e por isso a cidade deveria transmitir uma impressão de ordem e progresso.
Para transformar a idéia em fato, a Intendência, a cuja testa estava José Montaury, iniciou um enorme programa de obras públicas. Montaury permaneceu no governo municipal por 27 anos, sendo sucedido por Otávio Rocha e Alberto Bins, que em linhas gerais mantiveram a mesma orientação.
A fim de melhor controlar o processo de desenvolvimento, o município atraiu para si a responsabilidade sobre muitos serviços públicos, como o fornecimento de água encanada, iluminação, transporte, educação, policiamento, saneamento e assistência social, em um volume que ultrapassava em muito o hábito da época e superava o que faziam na mesma altura São Paulo e Rio de Janeiro
Contudo, o crescimento do funcionalismo público e a quantidade de obras demandaram recursos além das capacidades de arrecadação, e foram contraídos grandes empréstimos.
Na cultura foi um marco a fundação em 1908 do Instituto Livre de Belas Artes, antecessor do actual Instituto de Artes da UFRGS, que concentrou a produção de arte na capital e foi em todo o estado praticamente a única referência institucional significativa até a década de 1960 nos campos do estudo, ensino e produção de arte
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