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Gouveia,Serra da Estrela-Portugal
Gouveia é uma cidade portuguesa pertencente ao Distrito da Guarda, região Centro e subregião da Serra da Estrela, com cerca de 3 900 habitantes.
É sede de um município com 302,49 km² de área e 15 628 habitantes (2006), subdividido em 22 freguesias. O município é limitado a norte pelo município de Fornos de Algodres, a nordeste por Celorico da Beira, a leste pela Guarda, a sueste por Manteigas, a sudoeste por Seia e a noroeste por Mangualde.
História de Gouveia
Diz-se que Gouveia terá sido povoada pelos Túrdulos no século VI a.C. e, posteriormente pelos Luso-Romanos. A rainha D. Teresa doou-a em couto, no ano de 1125, os freires da Ordem de São João de Jerusalém, radicados no Mosteiro de Águas Santas, na Maia.
D. Sancho I, ao vê-la abandonada, outorgou-lhe foral em 1186 enchendo de privilégios os seus moradores, tentando desta forma assegurar o seu repovoamento.
D. Afonso II renovou-lhe foral em 1217, aumentando-lhe ainda mais as suas ragalias. Recebeu foral novo manuelino em 1510.
Foi senhor de Gouveia D. Manique da Silva, filho dos 4.ºs condes de Portalegre, mordomo-mor de Filipe IV de Espanha, que o fez marquês de Gouveia a 20 de Janeiro de 1625; o 5º marquês deste título, D. José de Mascarenhas, veio a ser o 8º duque de Aveiro tendo morrido executado de um modo cruel em Lisboa a 13 de Janeiro de 1759, e por esse motivo Gouveia foi anexada aos bens da Coroa.
Gouveia foi elevada a cidade por lei de 1 de Fevereiro de 1988.
A cidade de Gouveia, sede concelhia, encontra-se situada a cerca de setecentos metros de altitude. Edificada na encosta ocidental da Serra da Estrela, o panorama que dali se desfruta é um dos mais belos do país.
Gouveia o concelho, com a área de 300,6 Km2, é composto por vinte e duas Freguesias: S. Paio, Ribamondego, Vila Franca da Serra, Vila Cortês da Serra, Nabais, Arcozelo da Serra, Aldeias, São Julião, Melo, Folgosinho, Freixo da Serra, Figueiró da Serra, Paços da Serra, Rio Torto, Vila Nova de Tázem, Moimenta da Serra, São Pedro, Nespereira, Vinhó, Cativelos, Mangualde da Serra, e Lagarinhos.
Esta região teve como primeiros habitantes os Túrdulos, que deixaram marcas inapagáveis, designadamente na localização e distribuição do primeiro espaço.
Um pouco por todo o Concelho, encontram-se vestígios das diferentes ocupações anteriores: antas, sepulturas antropomórficas, castros. As calçadas e pontes romanas ou a toponímia assim como as lendas atestam também a presença contínua de romanos, tribos germânicas e muçulmanos. Devemos, no entanto destacar o património monumental que Gouveia detém, pela sua majestade e imponência e pelo valor significativo revelando e esclarecendo o seu protagonismo histórico dos últimos séculos.
O Solar dos Serpa Pimentel é uma obra arquitectónica datada do século XVIII, mandada edificar por José Freire Pimentel Mesquita e Vasconcelos. Ali encontra-se hoje instalada a Biblioteca Municipal Vergílio Ferreira, assim chamada em homenagem a um dos nomes maiores da literatura contemporânea e que teve como berço a freguesia de Melo.
O Solar dos Condes de Vinhó é também um excelente exemplo de aproveitamento do património para fins culturais. Foi aí instalado o Museu Municipal de Arte Moderna Abel Manta.
O edifício dos Paços do Concelho, mandado edificar por D. Maria Ferreira para o ensino de latim e moral, foi o Colégio Jesuíta da Santíssima Trindade que, mais tarde, serviu para o ensino das artes da leitura e da escrita. Passou, no entanto, por diversas modificações: em 1809 foi transformado em quartel, servindo como hospital militar; após 1839 foram aqui instalados o Tribunal da Comarca e a Cadeia Pública. Hoje, este belo edifício acolhe os Paços do Concelho.
A Igreja de São Pedro, construída no século XVIII, impressiona não só pela qualidade artística do seu interior, como também pela sua traça arquitectónica da fachada. Há notícia de um antigo templo neste mesmo sítio e sobre o qual se edificou a construção que conhecemos.
O Convento de São Francisco (Convento do Espírito Santo), embora datado do século XIII, revela, no entanto, marcas visíveis do restauro que sofreu em 1752. Pode, ainda hoje, admirar-se a torre, a frontaria da Igreja com nicho e a Imagem de São Francisco, bem como a grandiosa e inesperada ala poente.
A Igreja da Misericórdia, datada do século XVIII, releva pelo seu estilo barroco, sendo detentora de um brasão com a coroa e armas reais.
No Monte do Calvário, anteriormente chamado “Monte Ajax”, foi mandada construir pelos padres Jesuítas do Colégio de Gouveia, uma capela que, embora modesta, guarda, para os gouveenses, o maior e mais profundo significado: dali os vigia e protege o seu padroeiro – o Senhor do Calvário.
Ao longo da escadaria, encontrar-se-ão duas capelas, onde se encontram imagens descrevendo trechos da paixão de Cristo.
A Casa da Torre mantém uma inconfundível janela Manuelina do século XVI, que é monumento nacional.
Quanto ao artesanato, a referência mais notória é a produção do Queijo da Serra, considerado o melhor queijo do mundo. No entanto, existem outras: tecelagem manual, camisas e casacos de pastor, chinelos de trapos, mantos de trapos, botas cardadas, tanoaria e olaria.
A gastronomia da zona é rica e saborosa: pão de centeio, morcela, chouriço, farinheira, cabrito assado, alambicada de borrego, feijocas à pastor, sopa de moiros, sopa de bacalhau, caldo de castanha, arroz de carqueja e bôlas de carne.
Como sobremesas, destacam-se o arroz doce confeccionado com leite de ovelha, doce de castanha, leite-creme, doce de abóbora e bolos doces.
Gouveia é, sem dúvida, um excelente destino de viagem pelos seus inesquecíveis cenários naturais, e pelo património arquitectónico, artístico e gastronómico. Em qualquer altura do ano, poderá desfrutar-se um ambiente calmo e em simultâneo caloroso, ideal para retemperar as forças e afastar o stress. Isto se não quiser mudar-se, em definitivo, para Gouveia
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