
É quase impossível de imaginar, mas este pedaço de terra de origem vulcânica pintado com as cores do arco-íris era desabitado até à chegada dos portugueses, em 1470. Estes povoaram-na inicialmente com proscritos, judeus castelhanos e escravos provenientes de Angola e Moçambique, mão-de-obra essencial para a exploração da


Ao longo de cinco séculos de colonização, os portugueses construíram linhas de caminhos-de-ferro para o transporte de cacau, levantaram roças em locais impossíveis, fizeram plantações até onde a vegetação luxuriante o permitiu e povoaram a ilha. Só não conseguiram construir uma estrada decente em todo o redor de São Tomé e cerca de 60% do seu território continua, em parte por esse motivo, inacessível. O que não é de todo um factor negativo.



Não se pense, no entanto, que lá porque o tempo avança devagar em África e porque a ilha é pequena (cerca de 1000 quilómetros quadrados), há espaço para preguiçar. É que São Tomé reserva diversas surpresas e são todas imperdíveis. As praias, por exemplo: existem as mais ou menos frequentadas, as mais ou menos próximas e as de acesso mais ou menos difícil, mas todas partilham de um mar transparente e quente e de areais guarnecidos por coqueiros. A praia da

Porque adoramos São Tomé...
Porque as pessoas, apesar de inexplicavelmente pobres num país de terras miraculosamente férteis (até em petróleo), mantêm um sorriso sempre aberto e recebem o viajante de braços abertos. Mesmo aqueles que vivem em condições miseráveis junto às antigas roças portuguesas,

São Tomé está cercada por outras pequenas ilhas, das quais apenas o Ilhéu das Rolas é habitado. Outro santuário ecológico, rodeado por praias fabulosas, onde é possível observar golfinhos e baleias e ainda cinco espécies de tartarugas das sete conhecidas no planeta.

Chegar ao Ilhéu das Rolas é uma tarefa algo complicada – há que percorrer quase 100 quilómetros da capital ao cais da Roça de Porto Alegre para fazer daí o transfere –, mas vale a pena. É também aí, nessa ilha atravessada pela linha imaginária que divide os dois

A alternativa seria...
...Bijagós, na Guiné-Bissau (e isso apesar da instabilidade política do país). Porque não são apenas dois santuários naturais habitados, mas sim cerca de 17, entre muitas dezenas de ilhas classificadas como Reserva da Biosfera. As paisagens no arquipélago dos Bijagós variam entre manguezais, bosques de palmeiras, savanas húmidas e bancos de areia, preservados pelo estilo de vida dos seus habitantes, na sua maioria pescadores (daí que as sensíveis tartarugas abundem nesta reserva). Devido ao seu isolamento, mantêm uma forte identidade cultural, assente em rituais animistas e numa organização social apoiada no matriarcado (o que se opõe de forma brutal ao estatuto feminino na Guiné continental): são as mulheres quem escolhe o marido, cuja virilidade é “testada” antes do compromisso final.
A maior parte das Bijagós não dispõe de infra-estruturas turísticas, assim como a maior parte dos seus habitantes nunca conheceu o continente. As visitas costumam ser feitas de barco e por apenas um dia, mas se quiser permanecer por mais algum tempo neste refúgio natural, pode ficar alojado num dos hotéis da principal ilha, Bubaque.
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